Versos da última estação inspirou-se em pensamentos e poesias que falam da morte. Sem se fixar em um único poeta, mas sim, em um mergulhar na morte poetizada, que manifesta a solidão humana com lirismo e a percebe também como libertação, buscou uma dança que privilegia a teatralidade dos movimentos e do gestual. A escolha de investigar a morte na poesia e trazê-la como inspiração para criação de uma linguagem do corpo em movimento propõe discutir os conflitos do ser humano frente à efemeridade da vida. As ações e sentimentos apresentados durante o espetáculo geram um jogo de tensão no espectador, com o intuito de torná-lo, algumas vezes, reflexo da cena.
SOB A NUDEZ DOS OLHOS (2008)
Sob a Nudez dos Olhos é uma criação de dança contemporânea, livremente inspirada na obra Ensaio Sobre a Cegueira, do escritor português José Saramago. Na ficção do autor, as pessoas perdem subitamente a visão e são levadas a situações que beiram o caos e a barbárie.
O universo cênico do espetáculo não se preocupa em reproduzir uma narrativa textual e sim alimentar-se dos questionamentos que a obra de Saramago propõe por meio de uma linguagem corporal teatralizada.
As ações e sentimentos apresentados geram um jogo de tensão no espectador, com o intuito de torná-lo, algumas vezes, reflexo da cena. Também revelam um limite muito tênue entre o humano e o desumano. O caos se coloca diante do egoísmo e do altruísmo, da agressão e da afetividade. A movimentação e o gestual surgem entre acidez e suavidade, rigidez e poesia - um discurso que nos mostra um pouco a ambigüidade da nossa condição de ser vivo.
O universo cênico do espetáculo não se preocupa em reproduzir uma narrativa textual e sim alimentar-se dos questionamentos que a obra de Saramago propõe por meio de uma linguagem corporal teatralizada.
As ações e sentimentos apresentados geram um jogo de tensão no espectador, com o intuito de torná-lo, algumas vezes, reflexo da cena. Também revelam um limite muito tênue entre o humano e o desumano. O caos se coloca diante do egoísmo e do altruísmo, da agressão e da afetividade. A movimentação e o gestual surgem entre acidez e suavidade, rigidez e poesia - um discurso que nos mostra um pouco a ambigüidade da nossa condição de ser vivo.
O que nos move, além e mais do que a importância inegável que a obra dessas mulheres trouxe para as artes, a política e a humanidade, é a discussão que transita nesses lugares que consideramos simbióticos – vida e morte, dor e criação, fragilidade e força. Explorar personagens femininas, esmiuçando seus paradoxos, reflete as escolhas temáticas que a Cia vem buscando. Descortinam-se particularidades para falar de dores comuns, expressivas de nossa existência.
Esta pesquisa teve início em Corpos Frágeis, espetáculo em que a Cia. Fragmento se inspirou na vida e obra de nove mulheres, dentre as quais estava Virginia Woolf. Anjos Negros busca nas personagens femininas de Virginia metáforas para sua inadequação social na era vitoriana. Mulheres de sua família e amizades íntimas inspiram suas protagonistas. É sem perder de vista esta relação vida e obra, que refletimos sobre a escritora - sua sensibilidade, a discussão sobre o feminino, as crises mentais que culminam no suicídio.
Ecos é uma encenação de estrutura móvel que revisita trechos de outras criações da Cia Fragmento de Dança, propondo uma nova composição. Observa as reverberações que um espetáculo causou no outro, e suas identificações estéticas e dramatúrgicas. Ecos trata da relação que se tem com a própria imagem, evidenciada desde que a Cia. pesquisou a vida e a obra de Frida Khalo e reflete sobre as formas de expressão de homens na contemporaneidade. Por meio de corpos que se encaixam um no outro, sugere uma intimidade revelada em imagens que se fundem, mas não se distanciam, em nenhum instante, da solidão.
NUVENS INSETOS (2012)Com base em textos criados pelo público quando respondeu à pergunta formulada pelo grupo " O que você escreveria se fosse sua última carta?", o espetáculo relaciona o conteúdo dessa correspondência com outras possibilidades de comunicação do corpo, enfatizando a expressividade das mãos e o movimento circular e ininterrupto. A relação entre os intérpretes é um contato solitário; a relação com o espaço é uma necessidade contínua de retorno ao ponto de partida. O movimento propõe formas diferentes do corpo sentir e se comunicar com o outro para encontrar-se em si mesmo.
SEM TÍTULO(2013)
É o primeiro resultado cênico de um processo focado na investigação dramatúrgica em dança, realizado pela Cia Fragmento. Três artistas foram convidados para, a partir de uma mesma coreografia, criada por Vanessa Macedo, comporem uma encenação própria. A proposta é discutir o quanto as escolhas individuais dos artistas envolvidos, e o próprio fato de serem intérpretes diferentes, afetam a dramaturgia de uma criação com partitura fechada. Artistas convidados: Angela Nolf, Lavínia Bizzotto e Roberto Alencar.
