
O foco não é elevar a artista ou a criação, destacando uma ou outra perante o mundo. Não se trata de ressaltar a condição “frágil” de seus corpos. Mas de relacionar forças, potencializá-las, ampliar suas reverberações, realçar ao mesmo tempo o indivíduo e o coletivo, não para colocar essas mulheres como “mártires da dor”, acima da vida, mas dentro dela.
Pois, para alcançar ou mesmo ultrapassar o limite, é preciso que ele exista. É preciso expressá-lo em cores e tons como as que vivem nas telas de Frida Kahlo; é preciso compreender o silêncio não como ausência de som, mas como a presença de acordes que não conseguimos ouvir, como fizeram Billie Holliday, Maria Callas e Jacqueline Dupré na intensidade de suas interpretações; é preciso lançar-se à mercê da escuridão para redescobrir a linguagem, tal qual Virginia Woolf e Katherine Mansfield; é preciso ainda submeter o corpo a todo tipo de provação em razão da profissão como fizera Judy Garland ou em nome de causas, políticas, humanas e científicas como aconteceu com Madame Curie e Simone Weil.
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